quinta-feira, 3 de julho de 2008

GTO VAI AO NORDESTE

quinta-feira, 3 de julho de 2008


Teatro do Oprimido de Santo André leva
espetáculo ao Nordeste
Família de Manari ( Pernambuco) é o tema do espetáculo

O Grupo Revolução Teatral, de Santo André, que usa as técnicas do Teatro do Oprimido e é formado por jovens de favelas do município, apresenta o espetáculo Pedras, Nuvens, Sonhos em cinco cidades do Nordeste entre os dias 8 e 17 de julho. A viagem que começa no próximo fim de semana passará por Manari (dias 8 e 9), Pau D’Álho (dias 11 e 12), Recife e Olinda (dia 13), em Pernambuco, e por João Pessoa (dias 16 e 17), na Paraíba.

A peça Pedras, Nuvens, Sonhos conta a história da família de Janeleide Vieira dos Santos, 17 anos, que migrou de Manari para Santo André. Janeleide, que integra o grupo, trouxe as histórias contadas por sua mãe para a montagem do espetáculo, que também fala dos jovens da periferia e das dificuldades em realizar seus sonhos.

A montagem da peça começou com os integrantes do grupo descobrindo a história de suas famílias: de onde vieram, porque vieram e o que faziam em suas cidades de origem. A partir da dramaturgia da memória e usando as técnicas do Teatro do Oprimido, o grupo foi desenvolvendo suas potencialidades, descobrindo as opressões internalizadas, montando cenas do seu próprio dia-a-dia e unindo pontas da história do Brasil com as histórias familiares. O resultado foi a construção de um espetáculo de Teatro do Oprimido sem diálogos, em que o corpo é o instrumento cênico principal.

A primeira apresentação ocorreu em 2007, no Teatro Municipal de Santo André, para um público de 400 pessoas, entre elas as famílias que inspiraram o espetáculo. Depois o grupo abriu o Encontro Internacional de Teatro Comparado em Bahia Blanca , na Argentina, e fez quatro apresentações no Uruguai. No dia 24 de julho, retornando do Nordeste, o grupo vai a Assis, no interior de São Paulo, para pela segunda vez fazer a abertura oficial do Encontro Internacional de Educação Popular

A viagem - As apresentações começam pelo município de Manari, onde estão Janeleide, seus pais e irmãos passando férias. A peça será apresentada no município e na roça em que vivem seus avós.

Assim se fecha um ciclo. Jane foi buscar a história de seus pais e agora o grupo leva as cenas para que sua própria família as veja. A "entrega' de sua mãe ainda adolescente para casar, a recusa de ajuda do avô, dono do único armazém, entre outras cenas familiares, estarão no "palco", assim como a vitória de seus pais contra a miséria, e o entendimento para deixar Jane seguir seu sonho de ser professora de dança.

A cidade de 3000 habitantes já se mobiliza, e para se ter idéia ( e isso nos preocupa de certa forma) a avó Erundina que mora na cidade, comprou seu primeiro chuveiro elétrico, e o pai de Jane constrói o primeiro banheiro na casa da roça. Tudo para "agradar" os visitantes que lá vão levar o teatro pela primeira vez.
Uma oficina será desenvolvida por Jane e Douglas Souza Martins, outro integrante do grupo, utilizando a dança contemporânea e as técnicas de Augusto Boal, para jovens do município.

Obs. Janeleide Vieira já está em Manari é pode ser encontrada no tel. (87) 38407135 que é o orelhão em frente à casa da avó Erundina

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