sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Poder Público em Santo André, o Teatro do Oprimido e o Grupo Revolução Teatral II

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 3
Oficina de TO Realizada Pelo GTO Santo André na V Mostra de TO de Londrina 2009

Pois é. Não adiantaram os 12 anos de história e reconhecimento, nem o premio de Melhor Iniciativa Cultural do Grande ABC do ano de 2008, recebido pelo GTO à Prefeitura de Santo André. Não adiantaram as centenas de apresentações em favelas, escolas, praças. A formação de 16 grupos populares, a vinda de mais de 40 pessoas de vários países que aqui estiveram para conhecer essa experiência com as técnicas de Boal. Artigos, teses, TCCs, a viagem de jovens de favelas para países como Canadá¡, Itália, Argentina. Formação para mais de dois mil cidadãos(ans), e para centenas de servidores. Não adiantou a realização de seminários e encontros com gente de todo o Brasil e várias partes do mundo. A fundação do GTO Lisboa e do Fábrica de Teatro do Oprimido de Londrina a partir do contato com o GTO Santo André.Nas últimas eleições o PT foi derrotado nas urnas, voltando ao poder, grupos, pessoas, com outra visão de mundo que não aquela que pautava a última administração, que era governar para todos, mas dando ênfase à periferia, à participação popular, e a construção de um mundo mais igual.Assim o Grupo de Teatro do Oprimido foi extinto pelo novo governo que não se interessou por esta experiência que tanto reconhecimento angariou e tanto atuou com a população mais carente para seu empoderamento.A lamentar as pessoas com deficiência fí­sica e/ou mental, os idosos e demais grupos que foram extintos. Assim o GTO foi expurgado do poder público.


Apresentação do Grupo Revolução Teatral: "quem é o Louco" no CAPS na V Mostra de TO de Londrina 2009

Mas claro, ficam na própria prefeitura e na cidade, principalmente na periferia, muitos ecos desse trabalho. Principalmente os idosos que levam o teatro por conta própria, assim como um grupo de jovens que formam o Grupo Revolução Teatral.

Maria da Represa. no II Seminário Teatro e Transformação Social . Santo André. 2008

Formado por cerca de 20 jovens do entorno do CESA Cata Preta (Centro Educacional Cata Preta), no bairro do mesmo nome, esse grupo ocupa desde Dezembro, durante três dias da semana, espaços desse centro, com Jane Vieira, e Douglas Martins, ambos com 17 anos "tocando o barco" com a meninada.

Quanto a mim, falando em barco, não posso abandonar este, e na próxima terça feira, volto às atividades com o grupo, não como voluntário, mas por filosofia de vida, por entender que este grupo faz parte da minha vida, do meu ser. E Mais do que isso, devem  ter todo o apoio pelo que representam na luta de jovens da periferia para se inserirem na sociedade que os exclui, na transformação desses jovens em multiplicadores, pelo respeito ao movimento que desencadeiam na região em que moram, e porque não, na cidade em que vivem. São cidadãos-artistas, formadores, apesar de seus 14, 16,22 anos de idade. São jovens da periferia mais pobre da cidade que antes desta experiência, nunca tinham visto uma peça de teatro. Hoje são dramaturgos, poetas,encenadores atores e atrizes, criadores. À eles, se somam dezenas que não estão no grupo mas atuam na vida, em suas escolas, em suas comunidades.
Mesa Redonda. II Seminário Teatro e Transformação Social. Santo André. 2008


Além disso, em março , inicia-se o Projeto de Extensão Universitária em que o Instituto de Artes da UNESP - Universidade Estadual Paulista, pelo seu curso de Licenciatura em Arte-Teatro darão duas bolsas a estudantes interessados em acompanhar o Revolução Teatral.
Desta maneira, com os jovens ocupando o espaço fisico que lhes pertence, com o aval desse projeto de extensão , reforçaremos a existência do Teatro do Oprimido na periferia de Santo André. É preciso lembrar que na região do Cata Preta, jovens propõem trabalhos escolares com o Teatro Fórum, o Teatro do Oprimido foi inserido no RAP, temos alguns jovens multiplicadores, e há todo um movimento que se perpetua.
O grupo em 2007 se apresentou em Bahia Blanca, Argentina, abrindo o Encontro Internacional de Teatro Comparado, no Uruguai apresentou-se em centros de arte, praças e favelas do entorno da capital, Montevidéu.
Em 2008 viajou à Pernambuco se apresentando em feiras, escolas e no quintal da avó de uma componente do grupo, no sertão de Manari (400 km. De Recife)
Em João Pessoa na Paraíba, a convite da prefeitura o grupo fez a primeira apresentação teatral da história do Cabo Branco Tecnologia, Cultura e Arte, espaço projetado por Niemeyer com publico de 600 pessoas.
Em dezembro último "Relatos de Origem" que fala de racismo nas escolas foi apresentada para os coordenadores do ensino municipal de São Paulo causando grande debate entre os jovens e esses coordenadores, como entre os próprios profissionais de ensino.
Em 2009 pelo terceiro ano consecutivo fará a abertura magna do FREPOP - Encontro Internacional de Educação Popular que este ano acontecerá¡ em Lins, interior de São Paulo.
Para marcar este novo momento de luta, o grupo fará¡ pequena temporada em São Paulo, no Espaço Contraponto 55, cedido gentilmente pelos proprietários. O intuito é arrecadar verba para possíveis apresentações no Seminário de Curingas que vai acontecer no Rio, organizado pelo CTO Rio.
As apresentações se darão entre os dias 4 e 8 de março e o Revolução Teatral vai apresentar quatro peças de seu repertório.


Oficina no II Seminario Teatro e ransformação Social.2008


"Pedras, Sonhos, Nuvens"
A partir das histórias pessoais e familiares o grupo construiu este espetáculo que mostra o conflito gerado entre os sonhos dos jovens e aquilo que os pais querem para seus filhos. A saga desses pais vindos do nordeste, os conflitos familiares, os casamentos precoces, os sonhos dos jovens da periferia são mostrados, sempre com musica e movimento, sem texto.


"Relatos de Origem"
Fala do racismo nas escolas e a grande dificuldade dos professores em lidar com isso, eles mesmos à s vezes carregados de preconceitos. Inicialmente o grupo com imagens corporais mostra a história da população negra que veio da África escravizada, passando pelos navios negreiros,à Palmares, chegando à Candelária e Carandiru (111 presos mortos) até que a cena vai para a sala de aula mostrando as relações entre alunos e professores e alunos.


"Onde foi que eu errei"
O conflito entre jovens e seus pais, quando aqueles assumem sua opção sexual. A violencia, o distanciamento, a pressão das igrejas, familiares e escola. Como em todos os espetáculos, este é baseado na realidade de componentes do grupo.


"Maria da Represa"
A Falta de responsabilidade com o meio-ambiente, problema que é agravado na periferia em que muitos moram em beira de córregos. A peça mostra a luta de uma dona-de-casa que tenta cuidar do meio - ambiente não obtendo resposta de seus vizinhos.
A peça teve mais de 70 apresentações em toda a periferia de Santo André dentro do "Projeto Minha Rua, Meu Teatro".


Em breve daremos detalhes como horários, endereços, mapa, etc. para aqueles que se interessarem em prestigiar o evento tenham as informações necessárias.
No mais deixar os agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma colaboraram com o GTO nesses 12 anos e aqueles que se unem a nós neste novo momento de vida com o Teatro do Oprimido.
Quero também convidar a todos que se interessem por trabalhar, ou terem contato com as técnicas do Teatro do Oprimido, para participarem do Centro de Teatro do Oprimido que iniciará suas atividades em março no novo Campus da UNESP, na Barra Funda.

Armindo Rodrigues Pinto

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Projeto Teatro do Oprimido: Estética dos Direitos Humanos

terça-feira, 27 de janeiro de 2009 0
Do dia 22 a 25 de Janeiro, aconteceu na cidade de São José do Rio Preto (SP) a I etapa do Projeto: "TEATRO DO OPRIMIDO: A ESTÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS", que prevê a formação de Multiplicadores de Teatro do Oprimido e o Fomento de Grupos Populares de TO, que tenham uma perpectiva de atuação permanente de atuação.



O projeto prevê, ainda no primeiro semestre, 2 oficinas de capacitação de multiplicadores em TO, oficinas realizadas pelos participantes do projeto em instituições de diversas áreas como a saúde, assistência social e cultura e mostra de resultados.Este é o primeiro curso de capacitação de longa duração, que a equipe da FTO realiza fora da cidade de Londrina. A perpectiva é que tanto os multiplicadores, como os grupos formados neste processo possam trabalhar em Rede, estabelecendo parcerias e trocas de informoções; fortalecendo um movimento cultural de carater nacional que prioriza a democratização do acesso às oportunidades de produção cultural.
Ao término deste processo esperamos com o Projeto consolidar a formação Multiplicadores e a articulação de Núcleos e Grupos de Teatro do Oprimido que atuem de forma permanente, em todas as comunidades que este Projeto Atuará.


Também ao término deste Projeto, esperamos provocar processos permanentes de fruição e produção cultural, além da ativação de um processo intenso de circulação cultural de processos criativos, gerando uma oferta de programação cultural nas escolas, e nos espaços comunitários (praças, salões paróquias, centros comunitários, áreas verdes e espaços públicos, etc).
Também esperamos aproximar pessoas, grupos e organizações para facilitar a troca de experiências e conhecimentos, visando o crescimento em todos os aspectos de projetos de caráter sócio-cultural, que podem vir a ser implantados no âmbito Institucional.
Nesta primeira etapa participaram cerca de 40 pessoas, representantes de diversas instituições governamentais e não governamentais, incluindo entidades sócio-culturais, movimentos populares, agentes culturais e grupos teatrais.

Como resultado foi gestado o núcleo FTO-Rio Preto, que comecará uma articulação local que abrangerá atraves de suas ações cerca de 600 pessoas. Confiram algumas fotos desta primeira etapa.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

OFICINA DE TO EM PORTO ALEGRE

terça-feira, 6 de janeiro de 2009 0

Oficina de Teatro
Fórum
Para Atores e Não-Atores


Oficina com 20 horas de duração onde são experimentados jogos e exercícios teatrais do Método do Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal. Os participantes da oficina montarão um teatro-fórum baseado em algumas experiências que viveram ou presenciaram de opressão, essa peça-fórum poderá ser levada a público se for vontade dos participantes. E o espect-ator poderá intervir nos rumos dessa história, porque no teatro-fórum é assim, você assiste à peça e no final pode interferir na história tentando solucionar os conflitos.
"Divulgar o método do Teatro do Oprimido, criado pelo teatrólogo Augusto Boal, é a proposta do diretor de Teatro, Celso Veluza com a oficina de Teatro Fórum - Modulo I.".
A atividade faz parte da programação do projeto Usina das Artes, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Cultura.
Veluza pretende desenvolver as técnicas do Teatro-Fórum através de exercícios e jogos, expressão corporal, improvisação, dramaturgia, interpretação e fundamentos de história.
Divulgue a idéia! Participe!


Serviço:
O que: Oficina de Teatro-Fórum
Duração: 20 horas
Oficineiro: Celso Veluza
Quando: De 13 de Janeiro à 05 de Fevereiro (terças e quintas)
Horário: Das 19h às 21:30h
Onde: Centro Cultural Usina do Gasômetro (Avenida Presidente João Goulart, 551 - Porto Alegre - Sala 504).
Inscrições: 9161.5014, 3019.0857
ou http://br.mc543.mail.yahoo.com/mc/compose?to=celso.veluza@gmail.com
Fotos: Celso Veluza
Produção: NETO-Núcleo de Estudos do Teatro do Oprimido e Cia. A Hora do Anjo.
http://www.teatro-do-oprimido.blogspot.com/ http://www.veluza.multiply.com/
 
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